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Exposições

Exhibitions

 

A ERITAGE situa-se no centro da capital Portuguesa, em frente ao Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), o que nos inspira a criar um espaço experimental aberto ao diálogo transcultural em busca de novos formatos e processos criativos. Desta forma, desenvolvemos projectos artísticos que promovam experiências capazes de dissolver as fronteiras entre o artista e o público, entre a obra e o espectador, com propósito estimular uma nova percepção ética, de participação, coletividade, e mudança.

ERITAGE is located in the Portuguese capital, in front of MNAA (National Museum of Ancient Art), inspiring us to create a space open to intercultural dialogue in search of new formats and creative processes. Therefore, we develop artistic projects in order to promote experiences capable of dissolving the boundaries between the artist and the public, between the work and the spectator, with the purpose of stimulating a new ethical perception, of participation, collectivity, and change.

 
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26.06.2024 | States of play II


  • Eritage 128 Rua das Janelas Verdes Lisboa, Lisboa, 1200-692 Portugal (map)

States Of Play |I

26.06.2024 | States of play II

(scroll down for portuguese)

States of Play II

For the second part of "States of Play", we are delighted to announce that David Shillinglaw, the co-curator of the exhibition, is now joining the show as a participating artist. His dynamic and interactive works will add a new layer of engagement and creativity to the exhibition.

In addition, we are excited to welcome our resident artist, Expanded Eye, who will be collaborating with this remarkable group of international artists. This collaboration promises to ignite a fresh, playful dialogue among the participants, fostering an environment of shared creativity and exploration.

David Shillinglaw’s and Expanded Eye's inclusion enriches the exhibition and exemplifies the essence of "States of Play"—the transformative power of play and creativity in shaping our personal realities. Their unique perspectives and creative approaches will bring new ideas and playful interactions to the forefront, creating an immersive and dynamic experience for all visitors.

Join us for this exciting continuation of "States of Play" as we celebrate the universal language of play and its profound impact on art and life.

(Curatorial Text)

We all play; it is a universal requirement. 

We begin our lives in a state of play and constant discovery. Encouraged to free-flow, bang the drum, bark like a dog, imagine the spoon is an aeroplane flying into your mouth. 

It is playing that allows us to first touch and fully grasp the world. 

Playing is problem solving; building blocks and a jigsaw puzzle pieced, or the unmistakable sound of a child searching for just the right piece of Lego. Playing comes before words and is a language of its own.

“Children learn through play, adults play through art”  -Brian Eno.

Playing is story telling too; imagining and exaggerating, early man scratching bison on the wall and slapping muddy hand prints to decorate a cave, making a home and sharing stories with your tribe.

Playing is lying and trickery, a card illusion or puppets performing for people in the street. 

“All the world’s a stage, and all the men and women merely players.” -William Shakespeare.

As we age, we as individuals and as a species continue to play but the playing becomes more serious, there are rules. Play fighting becomes war and survival. Games become sport with losers and sacrifices. Battles play out on global political Chess boards, taking and shaking lands and lives, playing God with guns and medicines, diseases and displacement. 

We gamble too, we love risk and a feeling of being lucky;  the higher the stakes the greater the prize. Perhaps it is the chance of losing that makes winning so sweet and intoxicating. 

We play with our bodies, all singing all dancing, kicking and punching our way into fun and games; but ultimately it is in our brain where the playing really takes place. Our minds are playgrounds, full of fears and fantasies, when we dream we play without a second thought, making connections and joining the dots. 

Whether we look to music, sport, comedy or food, it is in the human mind that the rules for play are imagined and boundaries for play are defined. There are thin lines, nuanced and contextual, what is celebrated in a boxing ring would be punishable in the street, a comedy punchline out of place could start a culture war. The way we play and the shared experience of playing is a measure of the individual and the collective human condition. 

Art may be one of the few places where playing remains pure and childlike, where the winning and losing go hand in hand like two sides of the same coin. Artists push and pull the work to a point where it can not return, a place where the prize is the process itself. 

In a world obsessed with being first, fast, right and rich, Art feels like one of the few places where it is safe to fail, and playing is still taken seriously without anybody getting hurt.  - curatorial text David Shillinglaw



27.03.2024 | States of play

(portuguese)

States of Play.

Todos nós brincamos, é um requisito universal.

Todos nós começamos as nossas vidas em um estado de constante descoberta e brincadeira. Encorajados a fluir livremente, tocar tambor, ladrar como um cão e imaginar que a colher seja um avião que voa para dentro das nossas bocas.

É a brincadeira que nos permite de tocar e verdadeiramente conhecer o mundo pela primeira vez.

Brincar é solucionar problemas; puzzle quebra-cabeças, blocos de construção, o som inconfundível duma criança à procura da peça certa de um Lego. Começamos a brincar mesmo antes de falar, e brincar é uma linguagem em si própria.

“As crianças aprendem através da brincadeira, os adultos brincam através da arte.” -Brian Eno.

Brincar é também contar histórias, imaginando e exagerando. O homem primitivo que grava bisontes e marca as paredes com as mãos enlameadas para decorar a sua caverna criando a sua casa e partilhando histórias com a sua tribo. Brincar é mentir e enganar, um truque de ilusionismo com cartas ou uma peça de marionetas para quem passa na rua.

“O mundo inteiro é um palco, e todos os homens e as mulheres não passam de meros atores.” -William Shakespeare.

À medida que envelhecemos, nós como indivíduos e como espécie continuamos a brincar, mas a brincadeira torna-se mais séria, existem regras. Brincar à luta torna-se guerra e sobrevivência. Os jogos transformam-se em desporto com derrotados e sacrifícios. As batalhas acontecem em tabuleiros políticos globais, tirando e agitando terras e vidas, brincar aos deuses com armas e remédios, doenças e desalojamentos.

Também apostamos, gostamos do risco e de nos sentirmos sortudos, quanto mais alto o risco, maior o prémio. Talvez seja a possibilidade de perder que torna a vitoria tão doce e intoxicante.

Nós brincamos com os nossos corpos, cantando e dançando, chutando e esmurrando o nosso percurso até a diversão e jogos; mas, em última análise, é no nosso cérebro que o jogo realmente acontece. As nossas mentes são recreios, cheios de medos e fantasias, quando sonhamos brincamos sem pensar duas vezes, fazendo conexões e unindo pontos.

Quer olhemos para música, desporto, comédia ou comida, é na mente humana que as regras para o jogo são imaginadas e os limites para a brincadeira são definidos. Há linhas finas, matizadas e contextuais; o que é celebrado num ringue de boxe seria punível na rua, uma piada cômica fora do contexto poderia começar uma guerra cultural. A maneira como brincamos e a experiência compartilhada do jogo é uma medida da condição humana individual e coletiva.

A Arte talvez seja um dos poucos lugares onde brincar permanece puro e infantil, onde a vitória e a derrota andam de mãos dadas como dois lados da mesma moeda. Os artistas empurram e puxam o trabalho para um ponto sem retorno, um lugar onde o prêmio é o processo em si.

Em um mundo obcecado em ser o primeiro, o mais rápido, certo e rico, a Arte é sentida como um dos poucos lugares onde é seguro falhar, e brincar ainda é levado a sério sem ninguém se machucar.


MAFIA TABAK Artwork :: Event Horizon :: 48 x 38 cm