Wozen Winter Residency: A challenge of investigating a specific generation through the collective expression of four artists during a three month period (dec 17 - feb 18).
Jan 18 | Winter Residency
On its first Winter Residence, Wozen launches itself to the challenge of investigating a specific generation through the collective expression of four artists during a three month period (dec 17 - feb 18). The Portugueses Binau, Joana Gomes and Salvador Salazar, and the Brazilian Rique Inglez, combine efforts for the first time in the same space, sharing their experiences, secrets, questions, frustrations, fears, illusions, hopes, tattoos, scars, rituals, jokes, vices and memories.
Four individuals with completely different personalities that share the primitive common bond of belonging to the same generation – of those born between the years of 83 and 96, the last individuals to enjoy their childhood within an analogic world. The true sons of the Internet. The generation of the turn of the millenium, of the digital transition and the consecutive economic global crises. The ones that go through theirs lives searching for jobs, because just one is not enough. Nor are all diplomas and years of preparation enough in the illusion of the race fora a prosperous future, which only sets its foal for the correct surnames.
The artists of the first Winter Class were selected and combined not only by their artistic practice, but also for the reflection of their non traditional life choices on the artwork they produce, introducing themselves as a group of dissidents that live hybrid routines in the limbo between the precarious functioning inside a broadly oppressing and vigilant system, and the constant ,slow and often powerless search for perfecting this same system. Their role during Wozen's winter is that of questioners and provocateurs, as one understands a relevant question as the ultimate form of defiance.
The exercise of portraying, with no make up, the particular universe of these real Lisbon street characters, is an attempt to address deeper issues that still remain silent within the social fabcric, like the effects of the always present visual over stimulation on one's judgment and identity, the links between the digitalization of personal relationships and psychological pathologies associated to loneliness, anxiety and frustration, the constant reinforcement of the ego as the last refuge of comfort and personal affirmation, the voluntary surrender of intimacy, the role of marketing as social conformer, and the return to the countryside and spirituality as a health alternative.
During the residency months, Wozen walls will exhibit a constant visual feed of convulsive thoughts, and the space will become simultaneously studio, gallery, stage for classes, activities, debates, performances and social and artistic experiments. The absolute freedom of techniques, media, materials and visual references, from cartoon to corporative design, from tattoo to video mapping, reinforce Wozen's commitment as an experimental studio, focused on assisting the development of new artists from Lisbon communities, offering a platform for their most innovative, bold, controversial and urgent points of view.
The Winter Residence 17-18, will be the first model for the next Wozen's residences, and it is part of our constant search for viable and sustainable model of development, production and artistic education, that seeks to benefit not only artists, but the community from which they came.
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Em sua primeira Residência de Inverno, a Wozen lança-se ao desafio de investigar uma geração específica através da expressão conjunta de quatro artistas durante o período de três meses (dez 17 - fev 18). Os portugueses Binau, Joana Gomes e Salvador Salazar, e o brasileiro Rique Inglez, unem-se pela primeira vez no mesmo espaço para compartilhar as suas experiências, segredos, questionamentos, frustrações, medos, ilusões, esperanças, tatuagens, cicatrizes, rituais, piadas, vícios e memórias.
Quatro indivíduos de personalidades absolutamente diferentes com o primitivo laço comum de pertencerem à mesma geração - dos nascidos entre os anos de 83 e 96, os últimos a aproveitarem sua infância num mundo analógico. Os verdadeiros filhos da Internet. A geração da virada do milênio, da transição digital e das crises econômicas globais consecutivas. Os que passam a vida a procurar emprego pois um apenas não basta. Como também não bastam todos os diplomas e anos de preparação na ilusão da corrida por um futuro próspero, que só apresenta sua meta aos sobrenomes corretos.
Os artistas da primeira Turma de Inverno foram selecionados e combinados não apenas pela sua prática artística, mas pelos reflexos de suas escolhas de vida não tradicionais na arte que produzem, apresentando-se como um grupo de dissidentes que vive rotinas híbridas no limbo entre o funcionamento precário dentro de um sistema amplamente opressor e vigilante, e a busca constante, lenta e por vezes impotente, pelo aperfeiçoamento deste mesmo sistema. Seu papel durante o inverno na Wozen é o de questionadores e provocadores, ao entender-se uma pergunta relevante como o ato supremo de provocação. Provoca ação.
O exercício de traçar um retrato sem maquilhagens do universo particular destes personagens reais das travessas de Lisboa é uma tentativa de abordar mais profundamente temas ainda silenciosos na trama social, como os efeitos da sempre presente superestimulação visual na perda do senso crítico e da identidade, os elos entre a digitalização das relações pessoais e os distúrbios psicológicos ligados à solidão, ansiedade e frustração, o constante reforço do ego como último refúgio de conforto e afirmação pessoal, a entrega voluntária da intimidade, o papel do marketing como conformador social, o retorno ao campo e à espiritualidade como alternativa de saúde.
Durante os meses de residência, as paredes da Wozen apresentarão um feed visual de pensamentos em constante convulsão, e o espaço se tornará ao mesmo tempo estúdio, galeria, instalação, palco para aulas, atividades, debates, performances e experimentos artísticos e sociais. A absoluta liberdade para a utilização de técnicas, mídias, materiais e referências visuais, do cartoon ao design corporativo, da tatuagem ao video mapping, reforça o compromisso da Wozen como um estúdio de experimentação focado em auxiliar o desenvolvimento de novos artistas da comunidade lisboeta, oferecendo uma plataforma para seus pontos de vista mais inovadores, corajosos, controversos e urgentes.
A Residência de Inverno 17-18 será o primeiro modelo para as futuras residências da Wozen e é uma continuação de nossa constante busca por um modelo viável e sustentável de desenvolvimento, produção e educação artística que beneficie não apenas os artistas como a comunidade de onde vieram.